"Kanagawa, uma povoação importante, um lugar pitoresco, das vizinhanças de Yokohama. O-ko-Yoné San (tradução: a Senhora Baguinho- de-arroz) uma gueisha de Kanagawa. Nestas páginas, nestas recordações, não devia ser olvidado este nome. O-ko-Yone San foi a minha gueisha. Fora um dia levado a certa chaya [casa de chá], onde me a apresentaram; e lá volvi depois sozinho, por longas horas, atraído pela doçura do seu convívio, pela harmonia da paizagem, e também desejoso de entretecer na rede de oiro das minhas impressões um nome de mulher.
[…]
Enfim,
fru-frus de seda, estalidos de madeira, um manso ruído de passinhos arrastados;
e O-ko-yone San, a Senhora Baguinho-de-arroz, abandonando as sandálias à entrada
do aposento, vinha para mim, lábios sorrindo, como uma pequenina fada
doméstica. Gentil aparição!…"
Já nesse ano surge o desejo imenso de se naturalizar japonês ou melhor de entrar plenamente na vida e alma japonesa:
Já nesse ano surge o desejo imenso de se naturalizar japonês ou melhor de entrar plenamente na vida e alma japonesa:
"Como eu
seria talvez feliz nesta existência simples de labuta, se pudesse chamar a esta
terra a minha pátria! Se tivesse também um barco como estes, que eu faria
singrar activamente pelo labirinto dos canais; e vindo à noite entregar os
magros cobres do ganho, sobre o tatamy [esteira-tapete] doméstico, na concha
rosada das pequeninas mãos de alguma destas musumés [jovens]…"
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